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Mostrando postagens de março 12, 2015

POEMA: O VALE DA MORTE

Escutava apenas vozes longe. Escutava a morte vindo me buscar. Sentia o cheiro de defunto no ar. Era a minha vez de partir.     Todos esses anos evitei a morte. Todo o tempo quis ser mais forte do que ela. Evitei, esnobei, me amaldiçoei eternamente. Mas mal sabia eu, que estava cavando meu próprio túmulo. Mal sabia eu, que a cada alma que tirei, estava agora me chamando. Estou condenado.  Mas, não vou ter o privilégio de muitos.  Descansar em Paz. Agora narro nos meus últimos segundos de vida, se é que tive alguma. O meu arrependimento, minha amargura, meu terror. Como? Sempre pensei quando seria minha partida. Tão dolorosa. Tão sádica. Tão atormentadora.  Assim como eu fui toda a minha vida. Me deixaram ali, a mercê. Não se preocuparam comigo. Me deixaram morrer. Sei que fui mal, mas poderiam me socorrer. Talvez, estejam certo, o certo e me deixa morrer. Talvez se eu tivesse um amor? Seria um refugio?