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CONTO: A MALDIÇÃO DA CIGANA



Há coisas na vida, que pouco se passam a despercebidas.
Mas existem outras que é inadimisiveis. Entretanto. O estresse. No trânsito, a correria, os trabalhos para entregar, o patrão exigindo produtividade. O computador travando e alertando na tela um vírus que galopa.

Tudo isso causa estresse. A mentira. A soberba. Tudo isso causou a maldição de Albert Castle. Um advogado bem sucedido, com alguns problemas em casa, e com a família. O sucesso levou Albert ao cúmulo da soberba, e do amor perdido pela filha. Ha 3 anos se divorciou. E a filha Emilly de 16 anos se tornou mulher antes da hora.


Fazia um calor infernal, quando as portas da promotoria do estado se abriu. Albert retirou do terno um lenço e o enxugou a testa de suor. Olhou para os céus; meio que contestando. Se aproximou de seu carro, caro por sinal. E iria em direção a sua casa. Parou em um sinaleiro.

Há 100 metros dali, uma família de ciganos estavam sentados no gramado próximo, e faziam algumas pulseiras. Uma cigana, morena, e corpo escultural dançava uma musica diferente, seus cabelos emaranhados em cachos, e seus olhos verdes encantava os passantes de outrora. 

O sinal Abriu.
O telefone tocou.

Era a Catarina. Sua ex-mulher.

Com o tom sério e ástico, Albert já logo disparou palavras infameis.

-Agora eu sou o culpado? Você está triste?! Que engraçado procure lembrar que foi você que me traiu, com o meu melhor amigo da faculdade. 

Ele acelerou.
O telefone caiu no chão do carro. Acelerou mais.

"Albert! Albert!"

E sem perceber, o carro atingiu uma velocidade que atropelou a cigana, esbarrando em alguns lugares e batendo em uma árvore. Numa merda de árvore.

Foi tudo muito rápido.
O som de buzinas, e gritos. E muita fumaça.

Uma velha cigana, particularmente muito feia, e mal acabada trancou os olhos. E um ódio, um fúror, estremeceu em sua mente. Os olhos negros, encheram de lágrimas. E Albert ainda não se dera conta daquilo tudo. 

A cigana presa no capô do carro (entre o carro e a árvore). O sangue vivo e fresco que saia de suas têmporas, deslisava entre o capô, e se transformava em uma poça escura no gramado ao chão.

Albert se retirou do carro, assustado e boquiaberto. As pessoas começaram a se amontoar em círculos. Não demorou muito para a multidão protestar.

- Você! você  matou ela - Disse um.
- Assassino! Maldito! - Exclamou outro. 
-Não! Não é que... - Albert não tinha argumento.

Até que todos o olharam começando-o a culpa-lo. Todos o encararam e apontaram como assassino. E então, aquela velha cigana, proferiu em Romani; 

Ha tuke! Me kamav te khelav! Gazho si dilo! Shai te hav thaj te piav!-

E sobre essas palavras proferindo. Ia se aproximando de Albert. Num momento assombroso, a velha cigana o olhava com desprezo. E num salto icônico, subiu em cima do capô do carro, e pegou uma mecha do cabelo da neta. E continuou.

-Segue-se aqui a maldição da cigana. Que a partir desse momento, esse homem, apodreça, morra, e seja punido pela morte de Gazhya!

O dia se tornou noite. Era Albert e A velha Cigana apenas. A velha pulou do carro para os pés de Albert.

E ao toque, ela disse.
-Kon San Tu? que seria Quem é você?

E novamente todos começaram a gritar. E exclamarem assassino!

Albert correu até o carro, e não deu importância, eufórico, ele deu partida no carro. O corpo da cigana se repartiu, da cintura para cima, foi com Albert até uns 15 metros, dali caiu no chão. Ele olhou pelo retrovisor, e viu o corpo, como se estivesse encarando-o.

Albert olhou para os pés, retirou o sapato e a meia, e uma mancha escura aparecera.

Era o inicio da Maldição da Cigana

7 DIAS SE PASSARAM...

Já era o bastante para a mancha se assolar até a coxa de Albert. Ele já havia visitado médicos, terapeutas, macumbeiras e tudo. Mas sempre a mesma resposta, Não havia respostas. Albert não era mais a mesma pessoa, seu semblante estava abatido, e a pele mais branca. 5 quilos á menos. Emily estava preocupada.

-Papai, oque posso fazer por você?
-Eu não sei querida, eu não sei.

Albert sentiu uma dor avassaladora, segurou na beirada da cama, ficou roxo de tanta força. Emily pegou um lençol, e amarrou na perna do pai. Ele não aguentou a dor. Sentiu como se algo quisesse sair dali, algum bicho, algo. Ele olhou para a escrivaninha ao lado e pegou um pequeno canivete em que Catarina o dera 5 anos atrás.

Ele perfurou em cima do lençol, sua perna. Emily gritava, ele mais ainda. O sangue era escuro, muito escuro. O lençol breou. A dor logo sessou. 

-Jesus! Ah que dor! - Gritava!

Emily retirou de vagar o lençol. E levou um susto. Uma realidade se formou.
E nas feridas, bichos escuros, como besouros saiam. Albert retirou uma mecha de cabelo da ferida, e lembrou da Maldição da Cigana.

- Vou chamar a mamãe! - Disse Emily
- Não! Eu cuido disso! Eu cuido! Vou tentar desfazer isso.

Albert se levantou, fez um curativo rápido. E pegou as chaves do carro. Ainda batido. Ele voltou ao mesmo lugar do acidente. Seu estômago roncou de fome, a quanto tempo não comia? Olhou para o lado do passageiro, e viu um hambúrguer suculento. Seus olhos reviraram. E quando ele iria pegar, o sanduíche se transformou em uma cobra Naja, a cobra picou varias vezes o rosto dele. Albert saiu do carro em movimento e caiu no asfalto. Os carros tentaram desviar, mas um deles passou em cima da perna ferida. Dor...

Ele olhou para os céus. Seus olhos reviraram. Tudo estava lento agora. Via tudo devagar, a dor era insuportável. E a velha cigana colocou sobre ele as suas mãos pútridas.

Acordou!

O barulho da sirene, era devastador. Os para-médicos faziam alguns curativos em determinadas parte do corpo de Albert. 

-Calma, você está sendo medicado, e está indo ao hospital nesse momento - disse um médico.
-Tudo vai ficar bem - Disse outro enfermeiro.
-Você vai morrer! - Disse A Velha Cigana.

Albert se assustou, e gemeu, e gritou, gritou alto. Se contorceu! Ficou louco.

-NÃÃÃÃÃO!

Os médicos tentaram segurá-lo. Era tudo uma ilusão.
A ambulância se transformou em um carro funerário. 
E ao longe, bem distante lia-se "O CEMITÉRIO DE DEATH VALLEY".

Você pode correr por um longo tempo
Correr por um longo tempo
Correr por um longo tempo
Mais cedo ou mais tarde Deus o reduzirá
Mais cedo ou mais tarde Deus o reduzirá

Vá dizer para aquele mentiroso de língua comprida
Vá dizer para aquele cavaleiro da meia-noite
Diga ao vagabundo, ao jogador, ao trapaceiro
Diga a eles que Deus os reduzirá
Diga a eles que Deus os reduzirá

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