Pular para o conteúdo principal

O Que Engana os Seus Olhos.

Daughter - Texas, 2014
Donnie se masturbava.
Puxa, comecei grosseiro demais. Vamos de novo.
Donnie pensava na professora particular de matemática, era notório seu olhar penetrando os seios fartos quando ela gesticulava as mãos nas aulas. Curiosamente a mente tem uma espécie de que - diz os especialistas - todo ser humano tem memória fotográfica, ou seja tudo aquilo que o seu corpo gostar, seus olhos tiram "fotos" do ocorrido e mandam para o seu banco de memórias localizado em uma vasta parte do cérebro. E Donnie era um excepcional em flashes. Certa noite, depois de ter sonhos com a professora, decidiu navegar em suas redes sociais. Subia. Descia as abas. Via fotos pornográficas, fumava, e voltava a navegar. Em dado momento, seu irmão mais novo, Jimmie entrou no quarto.

- Tocando outra? - disse com um sarcasmo. E com um velho sorriso nos lábios.
- O que faz aqui, já falei...
- Credo, é essa que você está obcecado agora ? Pensei que a professora...
- Jimmy!
- Qual é, vim só pegar um filme, fica aí tocando uma e enchendo esse quarto com cheiro de cú.
- Vá se foder.
- Ha ha, eu né, desculpa ao Sr. Bronha.

Jimmie saiu e fechou a porta.
Donnie não estava fazendo nada, mais algo o intrigou, uma foto de um homem, um Índio, talvez. Bom, as aparência eram similares, Donnie olhou, encarou a foto por um instantes, os olhos do homem da foto era estranhos, e bem chamativos, era como se ele estivesse devolvendo o olhar. As luzes piscaram 3 vezes. Donnie se levantou e foi até a janela. Tudo normal. Foi até o computador novamente, playlist "babaca off-line", apertou em clicar, e soou a primeira música, era "Where is my mind - Pixels".

Try this trick and spin it, yeah
Your head will collapse but there's nothing in it
Try this trick and spin it, yeah
Your head will collapse but there's nothing in it
And you'll ask yourself
"Where is my mind?"
"Where is my mind?"
"Where is my mind?"
See it swimming?

With your feet on the air and your head on the ground
Voltou para o computador, desta vez não fechou a aba da foto do ser sinistro,  mas abriu outra página, uma página de meninas se beijando, e a seguir de amigos fazendo coisas idiotas. Donnie bebe um pouco de refrigerante enquanto clica em algumas páginas, até que, então se depara novamente com a foto do homem todo vermelho. Decide então parar a música dos Pixels que tocava. A imagem o encara o sujeito da foto realmente o encara. Muito estranho, na foto não dá pra ver onde é, mas ao fundo parece casinhas, algo assim. A foto está muito vermelha. O sujeito da foto não tem expressão, permanece olhando fixamente o futuro infortunado Donnie.
As luzes piscam. 
Uma, duas, três vezes.
Nenhum som, somente ele e a foto. Estranhamente a foto não só se mostra um frame de vídeo, como também um ruído vem ao fundo, e aumentando gradualmente. Então, Donnie sente as pernas temerem, a porta de seu quarto é trancada, do nada. A sua cabeça gira, tombando pra esquerda.
Bum!
Seu coração começa a bater forte, mais forte do que o normal. Um arrepio percorre seu corpo, paralisia imediata, seu pescoço estala. Mais ainda vivo, ainda. Agonia, tremenda agonia. Ele tenta esticar as mãos para pegar o celular. E nesse súbito momento, sente que algo acaricia seus cabelos, ele não consegue olhar, o globo ocular incha, uma convulsão se da início, uma louca convulsão. Tenta gritar, mas sua força o faz se mijar todo. Ele cai pra trás, em cima da própria urina, se debate na mesma. E enquanto isso a música recomeça em um súbito momento.
With your feet on the air and your head on the ground
Way out in the water
O sujeito da foto ainda olha com aqueles olhos tenebrosos. Donnie se debate em silêncio, uma dor grotesca, matando-o de dentro pra fora. Seus pulmões se enchem de água, sufocando-o na própria dor, sua pele toma tons cinzentos. Donnie começa a arranhar o chão, e se debate. Se debate demais, meu Deus! Sangue começa a sair pela boca e pelos olhos, forçando-o a arrancar as próprias córneas, ele não grita, mesmo que quisesse, e ele queria. Por Deus como ele queria. Só consegue ranger os dentes. Então, começa a arranhar o próprio pulso, e escrever  em Latim. Aquela figura horrenda pisca os olhos. E então Donnie volta ao chão, morto. Com a escuridão dos olhos sem vida, e sua alma deixando o seu corpo. A sala então é iluminada com a luz vermelha do homem no computador, e a música aumenta bem mais. Tudo isso preenche o ambiente assustador. 
O computador desliga.
E o corpo de Donnie fica alí, empapado de sangue, e os seus olhos arrancados se sucumbem ao breu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA: Um Porre de Solidão.

Foi em uma noite assustadora Em que a gota de chuva ecoava e balburdiavam nas ruas.  Aquelas ruas inóspitas de Londres  Com casas decaídas e ruas assombrosas. Ratos de esgoto, a beleza longe de cartões postais. Foi em torno da meia noite de uma sexta-feira em que vi a pequenina choramigando sem pudor.  Que dor!  Que dor! Era um choramingar de solidão. Aquela solidão As lágrimas lacrimejavam saindo daqueles olhos negros de jabuticaba Decaindo pelo queixo largo inundando um lago... A lua choramingava com ela. Aquela solidão não ia embora? Eu então com minhas pequeninas mãos. Escalei seu corpo gélido como a de um defunto. Enxuguei o seu rosto. Ela me olhou. A lua sessou.. Os dias se passaram Até que o tempo passou... A Velhice chegou... que filha da puta! Não tivemos problemas, afinal a Morte me acolheu do mesmo modo em que eu a acolhi. Aceitei partir agora para sua casa. Oh Morte! Minha velha amiga, já se foi da solidão?

HOLLOWAY: O Primeiro Dia do Resto de Nossas Vidas.

QUERIDO LEITOR , antes de mais nada, quero te agradecer por estar aqui. Quero dizer também, que se for a primeira vez aqui em meu site, que você possa ficar a vontade. Tem muita coisa por aqui, e você pode ler se quiser. Outras tão antigas quanto a velhinha do picolé. Essa aqui, está quentinha, será dividida em Duas Partes, essa, a Primeira como "HOLLOWAY: O PRIMEIRO DIA, DO RESTO DE NOSSAS VIDAS" . E, a parte dois como "HOLLOWAY: NÃO HÁ TÚMULO QUE PRENDA O MEU CORPO" . Me inspirei em filmes, musicas e em livros que gosto, abordando uma narrativa nos olhos de uma segunda pessoa na trama. Pode parecer cansativo, e de fato, é! Mas gostaria que se apegasse aos fatos, e não ao narrador. Existe uma crítica social, racial e politica. Não se passa no Brasil, embora algumas coisas podem, e vão ser questionadas. Espero que goste, aliás, realmente espero que goste.  Johnn Carneiro. ps* tentei concertar ao máximo os erros, não sei se consegui. _________ "Pagamos por tudo

ROTEIRO WEB-SERIE: "QUEM SERÁ O PRÓXIMO?"

Ano passado estava desenvolvendo esse projeto com uma galera, infelizmente o tempo passou e os "Produtores e o Criador" decidiu cancelar a série. Esse foi a minha contribuição para essa web-serie. Lembrando que era uma série versão guerrilha, ou seja sem dinheiro, sem atores profissionais e sem equipe. Mas, o que importa é que a gente curte essa arte e sente um tesão danado por ela. Deixo aqui o roteiro piloto da segunda temporada da série que tinha data prevista para Janeiro desse ano. -- SEASON 2 EPISODE 1 "OS CARAS LEGAIS" MOSTRA RAPIDAMENTE UMA PROMO DA TEMPORADA ANTERIOR, MOSTRANDO OS MELHORES MOMENTOS, QUE LEVARAM ATÉ AGORA. E ENTÃO; FADE IN 1 EXT.FLORESTA.TARDE Os Dois caras chegam na floresta, onde ocorreram todos os assassinatos. De um lado temos um negro, chamam ele de Morales "The Bang" , o conceito pejorativo do "Bang" é que ele sempre gostou de explodir as coisas, e sempre quando resolve um caso